Os dicionários definem a palavra glória
como: beleza, esplendor, honra, exaltação, grandeza, fama. O pôr do
sol é de uma beleza indescritível. Podemos chamar isto de glória. Receber nove
medalhas olímpicas, das quais cinco são de ouro, e a nota máxima na ginástica
olímpica, um feito inédito, deu à romena Nadia Comaneci em 1976 a glória de sair na
capa da revista “Times” com os seguintes dizeres: “Ela é perfeita”. Porém,
quando nos referimos à glória de Deus, o que ela significa?
Para muitos cristãos, significa
que qualquer mérito a eles atribuído deve ser redirecionado a Deus. Foi para a
glória de Deus – dizem. Embora seja um gesto correto, permanece como
uma compreensão bastante limitada do que significa a glória de Deus. Podemos
dizer que ela significa a majestade, grandeza e beleza de Deus. É verdade, mas
de que forma um conceito tão eloqüente e majestoso pode ser compreendido de
forma mais objetiva por nós?
A glória de Deus não é um
conceito abstrato, tampouco podemos limitá-la a algo que ofertamos a Ele. Deus releva
sua gloria na beleza, harmonia e exuberância da sua perfeita e boa criação.
Salmos 19.:1.
“OS céus declaram a glória de
Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos”.
Na criação perfeita de Deus
encontramos todos os seus atributos, como poder, justiça, misericórdia,
bondade, sabedoria. O salmista, em outro salmo, afirma: Salmos 8: 3-5.
“3 Quando
vejo os teus céus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste;4 Que
é o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o
visites?5 Pois pouco menor o fizeste do que os anjos, e
de glória e de honra o coroaste.”
Homem e mulher criados à imagem e
semelhança de Deus são a coroa da criação e expressam a glória dele.
Sabemos que toda a natureza
realiza aquilo para o qual foi criada. As aves do céu, os animais do campo, as
estrelas no firmamento cumprem o propósito da criação e declaram a glória de
Deus. Porém, o ser humano não vive por instintos como o restante da criação. A
ele foi dada a vontade e a razão. Contudo, preferiu dar as costas ao Criador,
ao desobedecer seus mandamentos. A glória de Deus se desvanece quando seu povo
já não anda segundo seus propósitos.
O princípio que determina toda a ação de
Deus é que ele nos criou para sua glória. Isaías 43:7.
“A todos os que são chamados pelo
meu nome e os que criei para a minha glória, os formei, e também os fiz”.
É por meio do seu povo que a
terra se encherá do conhecimento e da glória de Deus. Por meio dele o louvor de
Deus será proclamado. Isaías 43:21.
“A esse povo que formei para mim;
o meu louvor relatarão”.
Como podemos nos alinhar a esse
propósito divino? No Novo Testamento vemos a floria de Deus revelada
em seu Filho unigênito. Hebreus 1:3.
“O qual, sendo o resplendor da
sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas
pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos
pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas”.
Jesus, pela sua obediência e pela
oferta de sua vida na cruz do Calvário pode, agora, conduzir muitos filhos à
glória. Hebreus 2:9-10.
“9 Vemos,
porém, coroado de glória e de honra aquele Jesus que fora feito um pouco menor
do que os anjos, por causa da paixão da morte, para que, pela graça de Deus,
provasse a morte por todos.10 Porque
convinha que aquele, para quem são todas as coisas, e mediante quem tudo
existe, trazendo muitos filhos à glória, consagrasse pelas aflições o príncipe
da salvação deles”.
Viver para a glória de Deus não
se limita a dedicar uma música ou um acontecimento. A glória de Deus é o povo de Deus
vivendo a nova criação e enchendo toda a terra com justiça, bondade,
misericórdia e verdade de Deus.
Foi dado ao homem o livre
arbítrio. Eclesiastes 11:9.
“Alegra-te, jovem, na tua mocidade,
e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do
teu coração, e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas
coisas te trará Deus a juízo”.
O que essa regra traz é um
convite ao equilíbrio. E tal é o convite da graça exatamente porque a graça nos
convida a esse equilíbrio. Pelo sacrifício de Jesus somos livres. Mas
lembremo-nos que a graça não é de graça. O sacrifício de Jesus
jamais poderá ser pago por nada que façamos. A única forma que vejo de viver,
depois de conhecer a graça, é o equilíbrio. É se alegrar plenamente em
Jesus para que Ele seja mais glorificado. E é viver em obediência porque
reconheço a importância do sacrifício de Jesus na cruz por mim, pelos meus
pecados.
Obviamente que não é fácil encontrar
esse equilíbrio. Demora até acharmos o centro gravitacional de algumas coisas.
Mas é preciso. É a graça que nos capacita, não nossos próprios esforços.
Isso não significa que devemos ficar inertes esperando o equilíbrio, mas saber,
em nossa busca, que não somos nós que alcançamos o equilíbrio, mas Ele que nos
ajuda a encontrá-lo.
Não esqueça sua parte: Levanta a bandeira! Libera o grito!
(adaptado)