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domingo, 4 de março de 2012

Um olhar cristão sobre a felicidade

Escritores, poetas, filósofos e cientistas já tiveram a ambição de definir o que é felicidade. O problema de arriscar-se em tal intento é o de traçar uma linha entre quem é e quem não é feliz. Todo ser humano parece saber intuitivamente o que é a tal felicidade, ainda que não consiga explicá-la ou mesmo que as pessoas não concordem entre si nessa questão.
O termo aparece não apenas na sociedade ocidental, mas também em diversas línguas e dialetos do mundo inteiro. Os dicionários oferecem algumas definições para ele, o que pode ser útil para nos indicar os usos e significados que os povos lhe atribuíram, de acordo com sua vivência. Porém, a dificuldade para definir o que é felicidade pode nos ensinar algo.
Ouvi uma canção de um músico e compositor brasileiro, chamado Jorge Camargo, que se chama “A felicidade”. A letra é mais ou menos assim:

 

A Felicidade

Jorge Camargo

A felicidade é uma porta
Que sempre se abre pra fora
Quem forçá-la para dentro
Ordena que o amor vá embora.
A felicidade é uma porta
São poucos os que se arvoram
A mantê-la escancarada
Como vão de abrigo aos que choram.
A felicidade é uma porta
É passagem, é caminho
É meio e não é fim
Roga o bem do seu vizinho
Nunca quer só pra si.
A felicidade é uma porta
E abri-la é escolha sua
Quem se fecha não se arrisca
Mas a alegria está na rua.

Segundo ele, a letra da música foi inspirada em um texto do filósofo cristão Soren Kierkegaard, que diz que Jesus não é só o único mediador entre Deus e o homem, mas também o único mediador entre os próprios seres humanos. Isso nos leva a refletir sobre a profunda ânsia humana por felicidade (seja lá o que ela for) e a pretensão de defini-la de maneira autossuficiente tanto em relação ao Deus Criador quanto em relação ao próximo.
A idéia cristã é a do reconhecimento de que não é possível ser feliz sozinho, de que não existe felicidade fora da comunidade cristã. Somos essencialmente relacionais e o único meio de nos relacionarmos verdadeiramente com outra pessoa é por intermédio de Deus. Sem Cristo a distância entre dois indivíduos, ainda que morem na mesma casa, pode ser a de uma eternidade. Em um mundo sem Deus não existe vida! Os homens podem até inventar algo para chamarem de felicidade, satisfação, significado, justiça, paz; porém, não passará de ilusão, guerra, mentira, maldade, infelicidade, iniqüidade.
Só é possível enxergar felicidade ou qualquer outro tema sob o olhar cristão, se for mediado pela cruz e por Cristo. O aparente paradoxo contido no Sermão do Monte, onde diz “bem aventurados os que choram”, traz luz ao esse entendimento. Poderíamos dizer que “felizes são os que não são felizes”. Ou seja, felizes os que não tentam ser felizes sozinhos, sem Deus e sem o próximo. Felizes os que não insistem em definir o que é felicidade, satisfação e vida humana plena por conta própria. Felizes aqueles que crêem e recebem o Verbo que se tornou carne, pois nele está a vida, e esta é a luz dos homens. João 1: 4.



Não esqueça sua parte: Levanta a bandeira! Libera o grito!

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